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Isto É Peanurs

Falsas resoluções de ano novo

Todos nós conhecemos pessoas que, chegadas ao final de um ano, têm uma vontade enorme de começar a fazer aquilo que já podiam ter começado há dois ou três meses atrás. Eu, se quiser realmente fazer uma coisa, começo no momento e não espero que o ano acabe, mas isso sou eu que não sou bem normal.

 

É um bocado como a história dos 12 desejos à meia noite. Houve uma altura em que eu ainda tentava pedir doze desejos, mas eu não tenho assim tanta coisa para pedir. Posso pedir a paz no mundo, mas sei que não vai acontecer. Posso pedir para ganhar o euromilhões mas eu nem sequer jogo. Assim sendo este ano vou reduzir os doze desejos a que tenho direito para apenas dois: quero um emprego e o Benfica campeão. Peço cada um destes seis vezes e pode ser que tenha sorte. Curiosamente eu não gosto de passas e talvez seja por isso que os meus pedidos nunca são atendidos. Bom 2017!

Então Jessica, o que é que recebeste no Natal?

Chocolates. Muitos mesmo. Nem sei se foi por falta de ideias das pessoas ou se sabem simplesmente que eu adoro chocolates e que é muito difícil falhar com essa aposta. Tirando Mon Cheri e After Eight, tudo me serve. Neste momento, os armários cá de casa parecem as prateleiras dos supermercados nos dias antes do natal. Tenho desde Ferreros, a Merci, Lindt, Nestlé, M&M's e mais uns quantos. E quase todos acabam a validade em abril (como se isso fosse um problema)!

 

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A prenda do Pai Natal chegou hoje e fez-me chegar a duas conclusões:


1. Estou a ficar velha. Deixei-me de pedir prendas com alto valor monetário (na verdade eu pedi um computador e um telemóvel mas não vi nenhum dos dois) e passei a pedir coisas de pessoas que admiro (ia dizer coisas de valor sentimental mas todos sabem que eu não sou pessoa de sentimentos). No ano passado recebi a biografia do meu jogador preferido. Este ano o meu álbum preferido da minha cantora preferida. E por muito que seja uma coisa mínima, com quase sete anos, para mim é um prenda excelente.

 

2. Sou estranha como tudo!

Eu não queria ser pai natal

 

 

 

É comum ouvir as pessoas dizerem, na brincadeira, que gostavam de ter a profissão do pai natal para só trabalharem uma vez no ano. Eu não gostava. A fazer fé na mítica música “Santa Claus Is Coming To Town” (que eu analisei ao pormenor), é fácil perceber o porquê de eu não querer esta profissão.

 

Ser pai natal parece-me uma daquelas coisas que dão bem mais trabalho do que os outros imaginam. Senão vejamos: numa só noite (vá, com a ajuda do fuso horário que vai variando é mais do que uma noite) ele tem de dar a volta quase ao mundo inteiro (excluem-se os países onde o pai natal não faz parte da tradição e aqueles que recebem as prendas noutro dia). Portanto ele tem de fazer num só dia o que o Júlio Verne fez em 80. Como se isto não fosse suficientemente complicado, tem de parar em todas as casas, descer pela chaminé, procurar a árvore de natal e pôr as prendas lá em baixo.

 

Agora imaginem o que seria ter de separar cuidadosamente as prendas para não se enganarem em nenhuma (isto ignorando o facto de que é preciso um trenó bastante grande para todas as prendas). É preciso uma capacidade de organização bastante acima da de qualquer ser humano comum. A isto junta-se a solidão. Viver isolado do mundo, num lugar onde está sempre frio e neve não pode ser fácil. Para piorar, no único dia do ano em que pode sair de casa, não pode deixar que ninguém o veja.

 

Diz a letra da canção de que falei mais acima que ele faz uma lista e revê essa mesma lista duas vezes para ver quem se portou mal ou bem. Não pode haver aqui enganos, daí que seja benéfico revê-la mas tendo em conta a quantidade de crianças que lhe escrevem, já pararam para pensar na dimensão desta lista? Ouvimos mais um bocadinho da música e percebemos que o pai natal está sempre a vigiar-nos. Acham a casa dos segredos má? Imaginem-se rodeados de milhões de televisões a ver o que as crianças estão a fazer 24 horas por dia. Já consegui dissolver-vos dessa ideia de quererem ser o pai natal quando forem grandes? Óptimo. Estou cá mesmo para isso. Feliz Natal!

 

Letras com nota artística #8: "Santa Claus Is Coming To Town"

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A pedido de várias famílias (ok, não foram várias famílias, foram umas duas pessoas que me perguntaram porque é que eu deixei de fazer isto) estou de regresso com mais uma letra com nota artística. À semelhança do que fiz no ano passado, vou analisar uma música de natal já que a época assim o exige. “Santa Claus Is Coming To Town”, a música de natal mais assustadora de sempre!

 

 

 

“You'd better watch out, you'd better not cry

You'd better not pout, I'm telling you why

Santa Claus is coming to town

 

He's making a list, he's checking it twice

He's gonna find out who's naughty and nice

Santa Claus is coming to town

 

He sees you when you are sleeping

He knows when you're awake

He knows if you've been bad or good

So be good for goodness' sake”

 

Esta é uma das músicas mais ouvidas todos os natais e é das minhas preferidas mas há que reconhecer que a forma como o pai natal é descrito nesta letra é absolutamente assustadora. O primeiro verso da música avisa-nos logo para termos cuidado. Cuidado? Então mas não é suposto o pai natal ser extremamente simpático e amigo? Andaram a enganar-me uma vida toda. Logo a seguir dizem-nos que é melhor não chorarmos nem fazermos beicinho. Quer isto dizer que o pai natal não se comove com qualquer coisa. Tantos anos de trabalho devem tê-lo tornado insensível.

 

Quadra seguinte e vemos que o pai natal está a fazer uma lista que depois irá rever, não vá ele ter posto alguém que não merece receber presentes na lista. E para fazer esta lista vai descobrir quem se portou mal e bem. Sempre me disseram que quem se porta mal não recebe nada do pai natal mas a verdade é que toda a gente recebe alguma coisa, não é? (Eu cheguei a uma idade em que deixei de receber, mas vamos excluir o meu caso). Além disso medir o comportamento de uma pessoa ao longo de 365 é extremamente difícil para não falar na definição de bem e mal que não pode ser feita por um sujeito que vive na Lapónia e só sai de casa uma vez por ano.

 

Mas o mais preocupante é o que vem a seguir: “He sees you when you are sleeping, he knows when you're awake”. Espera lá, isso quer dizer que o pai natal é omnipresente como Deus ou quer dizer que há câmaras de vigilância escondidas em nossas casas para que ele possa ver tudo o que se passa no conforto do seu sofá? É que se for a segunda opção, então o pai natal é capaz de não ser assim tão simpático como se pensa.