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Isto É Peanurs

As minhas melhores "receitas"

Não me pesava há mais de um ano. Ontem decidi fazê-lo e percebi que emagreci um quilo. Não é que seja muito, mas se continuar assim vou precisar de calças novas e o meu orçamento não dá para isso. Por isso mesmo é melhor continuar a fazer o que faço melhor: misturar fruta e nutella. Não é qualquer tipo de fruta, mas posso garantir-vos que banana com nutella é delicioso (para não falar nos morangos porque isso toda a gente sabe). Sabem o que é também fica muito melhor com nutella? Bolacha maria. Uma delícia! Juro!

 

 

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À miúda que chora por não ter entrado em medicina

A carta da Maria Barros publicada pela Visão foi da melhor comédia que vi no facebook nos últimos tempos. Há pessoas indignadas porque a menina, cheia de vocação para ser médica, não entrou no curso por três décimas. Mas vamos esmiuçar bem o que a Maria Barros diz na carta. Teve média de entrada de 17.8. Incrível como na Covilhã a média era 17.7 e mesmo assim a rapariga tem de ir para Espanha. Bem, para a menina da cidade deve ser preferível mudar de país a ir para o interior, certo? Errado. Porque depois de uma rápida pesquisa pelos candidatos a medicina em Lisboa, Porto e Coimbra, cheguei à conclusão que a Maria não existe. Não há nenhuma Maria Barros candidata a medicina na 1ª, 2ª ou 3ª fase com média de 17.8. Porquê? Porque a Maria mentiu. É bem mais conveniente dizer "não entrei por 3 décimas" do que "na verdade a minha média era 17.3". Sim, 17.3. A Maria candidatou-se à UBI nas duas primeiras fases e, veja-se bem, na 1ª até cometeu a loucura de se candidatar à Madeira. E na segunda fase até tinha média de 17.7, o que a torna ligeiramente menos mentirosa.

 

Curiosamente também mentiu sobre a média de secundário que foi 17.6 na 1ª fase e 18 na 2ª. De facto é deste género de pessoas que eu quero a tratarem-me nos hospitais. Deste e do género que põe as culpas nos outros quando as coisas não correm bem. Sim, porque ela não entrou por culpa deste sistema ridículo que temos em Portugal que premeia quem mais se esforça. Querias medicina? Estudasses mais. Tens esse sonho há 15 anos? Ó amiga eu quero ser cantora há 20 e não me vês a incomodar o Marcelo com isso. Queres prémios escreve para o Goucha. Queres cursos superiores, estuda.

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"Mas a vocação devia contar". Pois devia, mas então e a vocação para os outros empregos todos? Quem é que viu que eu tinha vocação para comunicação quando me candidatei ao ensino superior? Quem é que viu a vocação da senhora da caixa do intermarché que ainda na semana passada me disse "boa tarde" como se eu fosse o diabo? E como é que esperas que se veja se alguém tem ou não vocação? Fazem-se entrevistas aos milhares de candidatos? Acho que sim, o estado deve estar cheio de dinheiro para isso. Ou abrem-se mais vagas para irem todos para o desemprego? Também me parece bem.

 

É curioso ela referir também a nota do exame de física e química já que este lhe desceu a nota. Amiga, eu usei como prova de ingresso um exame de português onde saiu Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Saramago na gramática e também me desceu a média. Eu também queria ter entrado na Nova e não entrei, mas pelo menos escolhi um curso onde sabia que entraria, se não em Lisboa, em Leiria. Não podemos ambicionar aquilo que não conseguimos porque a vida não se resume a um livro do Gustavo Santos. 

 

Vou contar-te uma coisa que precisa de ser mudada no nosso ensino bem antes de se medirem vocações e para tal aproveito para te contar uma pequena história. As minhas disciplinas preferidas sempre foram matemática e história. Na altura de optar escolhi humanidades. Perdi a conta ao número de vezes que ouvi de colegas de ciências o típico "só foste para humanidades para não teres matemática". Não, fui para humanidades para seguir a área que segui. Acontece que toda a gente desvaloriza história A porque "é só decorar". Não é. Experimentem decorar a história desde a antiguidade clássica até à atual para o exame e digam-me como correu. É preciso perceber tanto em história como em matemática. Curiosamente o exame de matemática demora 3 horas e o de história 2 horas e meia. Afinal são só meia dúzia de perguntas onde só temos de descarregar tudo o que decorámos. Quem me conhece sabe que eu escrevo rápido e faço testes rápido. Por estranho que pareça não tive tempo de acabar o meu exame de história. Nem eu nem muitas das pessoas que conheço. Tive 15. Se calhar se tivesse acabado, usava-o como prova de ingresso e mantinha a minha média. Sentes-te injustiçada? Injustiçados somos nós, os "inferiores" que não tiveram matemática e que não têm o mesmo tempo para fazer o exame. Injustiçada sinto-me eu por todos os anos nas notícias das médias dos exames ouvir "português e matemática". Injustiçada sinto-me eu por estar desempregada enquanto ditos jornalistas da visão contam a tua história sem sequer verificarem os factos.

E esse primeiro episódio de The Walking Dead?

Ponto 1: conseguir ver o episódio só na segunda à noite e não sofri desse problema da sociedade atual chamado spoilers. O segredo é evitar as redes sociais. Além de fazer bem ao nosso cérebro que precisa de parar de ver o monte de estupidez que circula nas mesmas, evita notícias que não queremos saber. Parabéns para mim.

 

Ponto 2: muito violento? Isto é uma série de zombies, violência é o que se pede. *spoiler* Aquela cena do olho do Glen foi do melhor que se viu na série.

 

Ponto 3: por 5 minutos de qualidade levámos com 40 minutos de monólogo do Jeffrey Dean Morgan. Nada de novo. Agora é encher chouriços até à mid season onde se faz algo extraordinário que nos obrigue a ver o resto da temporada.

 

Ponto 4: sou só eu que tenho reparado que os zombies estão cada vez menos perspicazes? Estão montes de pessoas reunidas numa floresta a fazer montes de barulho e eles nem aparecem. Aliás, para uma série sobre zombies, vemos muito poucos zombies.

 

"Amor" à camisola

O amor à camisola não existe. Pelo menos não da parte de quem trabalha para determinado clube. Existe nos adeptos e mesmo assim não é de fiar. Prometam uns milhões a um adepto para mudar de clube e veremos o que acontece. Acredito que recusaria essa proposta sem pensar duas vezes, mas não posso dar certezas porque nunca aconteceu. Verdade seja dita que já deve faltar pouco para o Bruno de Carvalho querer comprar também os adeptos do Benfica. Só falta isso. O que me faz confusão nesta forma que o Bruno de Carvalho tem de dirigir o clube são os adeptos que o apoiam. Um presidente que chama jornalistas para falar somente do clube adversário antes de um jogo da Champions, que faz maus negócios só porque vão chatear os adeptos contrários e que em cada 10 publicações no facebook fala 11 vezes do Benfica, é um mau presidente. Não é que o Luís Filipe Vieira seja um génio, mas pelo menos preocupa-se com o seu clube antes de se preocupar com os restantes.

 

 

Mas tudo isto vem a propósito da notícia anunciada ontem no intervalo do jogo do Sporting com o Tondela: Nelson Évora trocou o Benfica pelo Sporting. Não é um choque. Os jogadores de futebol também costumam ir para clubes menores no final da carreira. Agora está na moda ir para os Estados Unidos e passar a jogar soceer em vez de futebol. Como a nível do atletismo o Nelson já está num país pequeno, mudou para um clube onde certamente ganhará mais uns trocos para depois se reformar. O dinheiro, esse ponto importante que faz esquecer o treinador que nos acompanhou durantes mais de duas décadas ou o clube que nos apoiou até durante um período de lesão. E um pedido de desculpas? Nem vê-lo. Pelo menos o Maxi ainda inventou uma desculpa ridícula. O Nelson nem isso. Declarou amor incondicional ao Benfica e depois, do nada, trocou o Benfica pelo Sporting. Mandava-o à m****, mas ele foi sozinho. 

 

O mais interessante é que, novamente, quem fica a perder é o Sporting. O mesmo Sporting que há uns tempos viu o seu capitão João Moutinho ir para o Porto para poder ser campeão nacional. O mesmo Sporting que formou o Simão Sabrosa que foi dos nossos melhores jogadores. O mesmo Sporting que despediu um treinador bastante competente para ir buscar o treinador do Benfica que acabou por ganhar "bola". O mesmo Sporting que achou que ter o Markovic por empréstimo era genial quando na verdade está a ser um belo flop. O mesmo Sporting que ainda ontem empatou em casa com o Tondela e cujo autor do golo tirou a camisola para festejar como se tivesse ganho a Champions. Esta é a mentalidade do presidente do Sporting e, infelizmente, de muitos dos seus adeptos. O anti-benfiquismo é uma coisa real.

 

Gostava de saber quem se irá seguir ao Nelson Évora. Se tivesse de apostar, diria que o Bruno ainda vai tentar contratar o Luisão, mas ele não vai aceitar. Talvez não por amor à camisola, mas por respeito. Não temos muitos desses atletas que respeitem o clube e os adeptos, mas chegam-nos. Quanto aos que trocam um clube por outro por dinheiro, o Sporting pode ficar com eles todos. 

Conversas sábias cá de casa

Diz o meu pai: "tens de arranjar trabalho e ganhar dinheiro de uma maneira qualquer".

E eu respondo: "ok, vou plantar droga".

"Isso não", diz ele.

"Então mas não era de qualquer forma?", responde a minha mãe.

E ele: "se fizeres isso sais cá de casa".

E eu: "não ia longe a cultivar droga cá em casa. Toda a gente sabe que a droga precisa de montes de luz e a eletricidade cá em casa é uma porcaria".

 

As melhores séries de 2016/2017

Setembro e outubro são os meses em que começam novas séries. A chamada fall season não trouxe muitas séries boas este ano, mas as que trouxe são de um nível bem melhor do que o que se tem visto. Como eu não quero que ninguém fique sem nada para ver, trago aquelas que são para mim as melhores séries desta fall season e penso que as escolhas são unânimes.

 

1. Westworld

 

 

Vamos ser honestos: de cada vez que ouvimos um nome sonante de Hollywood como parte do elenco de uma série, há sempre uma curiosidade extra. Desta vez é Anthony Hopkins que decidiu deixar Hollywood para se juntar à HBO e àquela que já é considerada a substituta de Game of Thrones. Ora, eu não vejo Game of Thrones mas esta série teve uma aceitação tão grande que me convenceu a dar-lhe uma chance. Não achei o primeiro episódio a melhor coisa do mundo, mas o segundo convenceu-me. É uma mistura de ficção científica com a dose certa de mistério. Mas então de que é que fala Westworld? Westworld é um "parque de diversões" para adultos onde humanos convivem com robôs (um bocadinho ao jeito de Humans) e é a partir desta premissa que se desenvolve a história que pode parecer um pouco estranha, mas nada com ver os primeiros dois episódios já disponibilizados.

 

2. This is Us

 

 

Passemos então para uma série completamente diferente. This is Us é outra das séries que está a ganhar fãs atrás de fãs. Confesso que não estava na minha lista de pilots para ver este ano, mas à medida que via mais gente a dizer bem da série que fiquei com curiosidade. Ainda bem que decidi ver o primeiro episódio. Não é de todo o meu género de série, mas a história está extremamente bem construída se tivermos em conta que estes temas já foram falados mil e uma vezes no pequeno ecrã. A série junta um casal que está à espera de trigémeos, um outro casal, uma mulher obesa e um ator infeliz com o papel que tem numa série. O que é que todas estas personagens têm em comum? Isso deixo que sejam vocês a descobrir no final do primeiro episódio (sendo que a meio já toda a gente começa a desconfiar). É a partir das relações entre todos estes personagens que a história se desenrola.

 

3. Designated Survivor

 

 

A crítica parece ser também unânime sobre Designated Survivor. Para mim foi a melhor estreia desta temporada e é a única que vou ver assim que sai. Designated Survivor conta a história de um homem que foi despedido do seu cargo de secretário da habitação de manhã e que há noite é eleito presidente dos Estados Unidos. O primeiro episódio é muito bom e prende do início ao fim. A partir daí começa a adensar-se o mistério sobre quem terá explodido o Capitólio e começam também as complicações para o novo presidente por quem é impossível não torcer. Mais simples que isto não há. Designated Survivor prova que qualquer um seria um melhor presidente que o Trump, até o Jack Bauer.

Questões que assolam a humanidade #17

Quem é que assalto um banco com uma meia na cara?

 

Quem é que nunca viu num filme ou série um grupo de assaltantes a roubar qualquer coisa com uma meia de vidro a tapar a cara? Um grupo ou uma pessoa só, referi-me a um grupo simplesmente por ser ainda mais parvo um conjunto de pessoas suficientemente inteligentes para planear um assalto meterem uma meia na cabeça para o efeito. No meu tempo havia aquelas espécies de gorros que só mostravam os olhos. Reza a lenda que eram para esquiar mas como nunca esquiei, não posso comprová-lo. Bem, são uma espécie de burka mas em versão gorro. Um colega meu de escola tinha um e até lhe costumávamos perguntar se ele ia assaltar um banco de cada vez que vinha com aquilo na cara. Perguntávamos porque achávamos que era o indicado para que ninguém o reconhecesse. Com uma meia de vidro na cabeça, além de se tornar francamente mais fácil a identificação dos assaltantes, também o assalto acaba por ficar um pouco mais cómico, não é?