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Isto É Peanurs

10 provérbios que deviam ser alterados

A prestação portuguesa neste Euro está de tal forma entusiasmante que me parece lógico que comecemos a alterar pequenos aspetos da nossa cultura para homenagear a tática que Fernando Santos instaurou nesta equipa. Assim sendo, proponho que alguns dos mais conhecidos provérbios portugueses sejam alterados e até tenho algumas propostas:

 

Mais vale um empate na mão, que uma vitória a voar.

 

Empate a empate enche Portugal o papo.

 

A empatar se vai ao longe.

 

Diz-me com quem empatas, dir-te-ei quem és.

 

Enquanto há empate, há esperança.

 

Há empates que vêm por bem.

 

No empatar é que está o ganho.

 

O empate é a alma do negócio.

 

Para grandes males, grandes empates.

 

Quem empata por último, empata melhor.

 

Agora é uma questão de começar a usar estas expressões para ver se as interiorizamos.

Empatar três jogos é bom ou mau?

O povo português está divido. Como sempre, as questões fraturantes da sociedade debatem-se com o maior afinco. Será Fernando Santos o homem certo para comandar a equipa portuguesa? Os três empates contra adversários inferiores foram bons? A qualificação em terceiro lugar que permitiu evitar os tubarões foi excelente ou não deviam ter jogado para o empate com a equipa B da Hungria? São as questões que preocupam os portugueses neste momento.

 

Aliás, a discussão sobre se o Moutinho deve ou não ser titular é mais importante na vida de qualquer português do que o Brexit ou qualquer outro assunto realmente relevante para a sociedade. Não sei porque é que se discute sequer este tema. É lógico que a resposta é não e só o Fernando Santos é que não vê isso.

 

Decorrente deste assunto que parece estar a dividir os portugueses, decidi fazer um esquema que resume basicamente as duas opiniões mais populares:

 

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Escusado será dizer que, como qualquer pessoa com olhos na cara, eu faço parte do grupo que acha que esta seleção é uma miséria. Assim sendo, vejo-me na obrigação de responder aos argumentos daqueles que acham que somos "muita" bons.

 

1. Não era um grupo fácil? Então o que é que é um grupo fácil? Gibraltar, Luxemburgo e São Marino?

 

2. Pode acontecer tudo se a Croácia não jogar nada, porque se jogar metade do que jogou com  a República Checa ou Espanha, comprem já o bilhete de regresso;

 

3. Defender o resultado contra as sobras da Hungria? Depois a Islândia é que tem mentalidade pequena;

 

4. Não vale a pena falar dos não-passes e dos livres mal marcados pois não?

Euro 2016: quem culpar em caso de mau desempenho?

A caminhada de Portugal no Euro 2016 começa hoje e, como eu não quero que ninguém se preocupe com mais nada que não seja vencer jogos, decidi fazer parte do trabalho da FPF. Assim sendo, de seguida apresento uma lista de razões que poderão explicar o mau desempenho da seleção no Euro. Senhores da FPF, sintam-se à vontade para usufruir de qualquer uma destas razões.

 

1. O tempo


Diz o Google que se vai fartar de chover nos próximos dias. Não sendo o tempo instável que havia no Brasil, penso que serve perfeitamente como justificação.

 

2. Os médicos


Foram os grandes culpados do último Mundial e por isso talvez ainda seja cedo para voltar a culpá-los de novo por um falhanço qualquer, mas não havendo mais opções…

 

3. O selecionador


O treinador é sempre o primeiro a culpar em caso de derrota não é? E um treinador que convoca o Éder tem ainda mais razões para ser culpado.

 

4. O Nani


Finalmente a maioria das pessoas começaram a ver o quão mau jogador é o Nani. Eu faço o mesmo que ele em campo com o benefício de ser mais pequena e por isso estorvar menos. Mas aqui talvez o grande culpado continue a ser o selecionador.

 

5. Todos menos o Ronaldo


Seguindo as declarações do nosso grande capitão depois da eliminação no último Mundial: se jogassem todos como ele, tinham ganho. Portanto e culpa é dos outros que não sabem jogar à bola.

 

6. O terrorismo


Sempre ouvi dizer que o medo paralisa. Talvez seja por isso que o Rui Patrício não se vai conseguir mexer para defender golos.


E vocês, que sugestões dão à FPF?

 

 

Como ser um bom português em 10 pontos

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Para os mais distraídos, hoje é feriado por ser o dia de Portugal. Em jeito de celebração trago-vos 10 conselhos que farão de vós melhores portugueses. Eu, enquanto terrível portuguesa que sou, só faço uma destas coisas (pelo menos regularmente). E vocês? Com quantos pontos é que se identificam?

 

1. Chegar atrasado

 

Comecei pelo mais típico. Chegar atrasado é mais português do que o prato de peixe num restaurante ser bacalhau com natas. E o pior é que isto está instaurado de tal maneira na sociedade que as pessoas pontuais é que começaram a ser os maus da fita. As 10 pessoas que chegam a horas a tudo neste país percebem o que eu estou a dizer. Chegar a um lugar às 20 horas quando essa foi a hora combinada e reclamar com os amigos que chegaram meia hora depois é visto como estúpido neste país porque afinal, ninguém obriga ninguém a chegar a horas se já sabe que os amigos não vão fazer o mesmo. Uma pessoa pontual neste país é mais discriminada que um adepto de futebol num hotel de Viana do Castelo.

 

2. Festivais de verão

 

É uma moda mais ou menos recente. Todo o português que se preze vai a Festivais de Verão. E notem que estou a usar o plural propositadamente porque ir só a um é para os fracos. Rock in Rio, Alive, Sudoeste, Super Bock Super Rock… Quantos mais, melhor. Há quem vá a festivais pela música (por exemplo eu, que não tenho por hábito pagar um balúrdio por artistas ou bandas de que não sou fã), mas a maioria vai pelo convívio. Claro, é bem melhor pagar para lá de 50€ para ir para o meio de milhares de pessoas ouvir música que nem conhecemos aos altos berros do que combinar um jantar com os amigos.

 

3. Não fazer piscas

 

Está implícito desde o momento em que tiramos a carta que o pisca é irrelevante no acto da condução. Afinal, ninguém chumba por não fazer piscas. É por essas e por outras que a maioria dos condutores se acha no direito de nos fazer parar na rotunda à espera que eles passem e acabam por sair antes. Amigos: se o pisca existe, é para ser usado.

 

4. Usar hífen no pretérito imperfeito do conjuntivo

 

Confesso que esta é das minhas manias preferidas e já há muito que deixei de me dar ao trabalho de a corrigir porque não servia de nada. Não é assim tão complicado distinguir quando é que usamos hífen ou não. Aprendam comigo: se precisarmos de um “se” atrás do verbo, então escreve-se com dois “ss”. Se não precisarmos (como o escreve-se), usamos hífen. Já que estamos numa de conselhos de português: “há” é usado quando se refere a tempo ou a verbo haver e “hades” é o deus grego do submundo.

 

5. Música aos altos berros

 

Quem nunca andou em transportes públicos e teve a sorte de ir a ouvir a música (sempre de qualidade) daquele tipo cheio de swag sentado no banco de trás? É um problema grave da nossa sociedade e que facilmente se resolvia com a expulsão do indivíduo do meio de transporte (preferencialmente enquanto este está em andamento).

 

6. Dieta

 

Que atire a primeira pedra quem, além de mim, nunca fez dieta… No meu tempo as dietas eram bastante simples: querias emagrecer, deixavas de comer. Hoje em dia não. Há dietas para todos os gostos. Numas não podes comer pão, noutras só podes comer pão. Numas tens de ter um “dia da porcaria”, noutras podes ter os que quiseres mas tens de beber uns sumos feitos de couve, pepino e curgete todas as manhãs. É uma questão de ir a uma livraria escolher aquela de que mais gostarem.

 

7. Livros de auto-ajuda

 

O Gustavo Santos pode ser uma espécie de pioneiro nestas coisas da auto-ajuda, mas está longe de ser o único a fazê-lo neste momento. Juntamente com os livros das dietas, estes são os que mais se encontram. E o pior é que vendem. Expliquem-me lá qual é o livro que diz “acredite em si, você é capaz” que vai conseguir mudar a vida de uma pessoa? É que além de parva, esta coisa da auto-ajuda é uma aldrabice. Um livro diz que eu consigo fazer qualquer coisa se acreditar nisso e trabalhar para tal. É mentira. Eu gostava imenso de ganhar uma medalha de ouro no Rio, mas por muito que acredite em mim, é lógico que não vai acontecer

 

8. Comer caracóis

 

Estamos em plena época de caracóis e português que é português gosta de caracóis. Mas atenção, gostamos tanto deles que sentimos necessidade de partilhar com os nossos seguidores do instagram e do facebook que vamos comer as pobres criaturas. A foto ganha pontos extra se for numa esplanada à beira mar e os caracóis forem acompanhados de uma imperial. Eu, que sou uma otária, nunca tirei fotos a caracóis antes de os comer.

 

9. Discutir futebol

 

Em Portugal os assuntos do país são deixados de lado em prol da “bola”. A bola discute-se como se fosse absolutamente determinante para a nossa vida. Seja no café ou noutro lado qualquer, todo o português discute futebol e, curiosamente, sabe sempre mais que os intervenientes diretos nos clubes. Se o nosso clube é campeão, vamos festejar até às tantas nem que no dia seguinte tenhamos de ir trabalhar de manhã. E chegadas alturas de europeus ou mundiais é a loucura. Há ecrãs gigantes a cada 10 metros para não perdermos nada do que se passa.

 

10. Ouvir fado

 

É uma moda recente que veio com esta “nova geração” do fado. Toda a gente gosta de fado. Principalmente aqueles mais animados que, se ouvirmos bem, nem são bem fado. Se derem na rádio, ainda melhor porque afinal precisamos que o público em geral aprove os nossos gostos musicais. Ai do português que se atreva a dizer que não gosta de fado!

Questões que assolam a humanidade #14

 

Quem é que deu os cognomes aos reis?

 

Há coisas na vida para as quais a internet não tem resposta. Este é um desses casos (pelo menos na minha rápida pesquisa). Há imensos sites a explicar porque é que cada um dos reis tem determinado cognome, mas esta questão é bem mais complexa que isso. Pensem comigo: a monarquia começou em 1139 e acabou há pouco mais de 100 anos. Durante este período todos os reis tiveram cognomes e portanto está excluída a hipótese de ter sido uma pessoa a dar estas “alcunhas” aos reis. Assim sendo sobram-nos três opções:

 

1. Os cognomes iam sendo dados à medida que os reis morriam e eram dados consoante a herança mais relevante que deixavam. Por exemplo, D. Dinis é o Lavrador à custa do Pinhal de Leiria;


2. Os cognomes foram todos dados por uma pessoa depois de a monarquia acabar para dificultar o ensino de história;


3. Os vampiros são reais.


Honestamente, não sei qual é a hipótese menos parva até porque há vários pontos a ter em conta. A fazer fé na hipótese 1, a pessoa que deu o cognome de Gordo ao D. Afonso II ou tinha muito pouca imaginação, ou não fazia ideia do que é que ele fez no seu reinado (provavelmente não faz nada de relevante). Deviam ter arranjado um criativo publicitário com mais imaginação.

 

Já a hipótese 2 parece-me a menos lógica já que D. Sebastião tem como cognome “O Desejado” por causa daquela história de não haver sucessor ao trono. Ora, todos nós sabemos que D. Sebastião é famoso pelo seu desaparecimento em Alcácer Quibir e, por isso mesmo, se lhe fossemos dar um cognome hoje em dia, estaria relacionado com o seu aguardado regresso.

 

Conclusão: isto de os reis terem cognomes é estúpido e se alguém souber como é que esta moda começou, é favor dizer-me, porque eu adorava saber!

A (minha) música de apoio à selecção

Tenho ouvido muita gente a queixar-se da música e apoio à selecção para este Euro. Uns dizem que é uma seca. Outros dizem que a letra é péssima e há ainda quem diga que já vamos com música de funeral e ainda nem começámos a jogar. E depois há aqueles como eu que dizem isto tudo. Ora, dizer mal é muito fácil, mas não vi ninguém a tentar fazer melhor. É por isso mesmo que eu cá estou. Por isso e para provar a quem me conhece que consigo sempre alcançar um novo nível de estupidez. Tentei, em meia hora, fazer melhor (ênfase no tentei) e o resultado foi este:

 

 

 

A ideia inicial era fazer com uma música dos Dama ou do Anselmo para espelhar melhor o gosto musical da maioria dos portugueses, mas ninguém tem noção do quão complicado é arranjar instrumentais de músicas portuguesas. Acabei por encontrar a "Única Mulher" que ia substituir por "única selecção" mas acontece que, à semelhança do Anselmo, também me custa bastante atingir aquela nota mais alta e como as minhas qualidades de edição de som não são lá grande coisa optei por não arriscar.

 

Vale a pena esclarecer algumas coisas: eu não sou o Pedro Abrunhosa. O meu nível de canto resume-se ao "canto ao volante" e é quando não estou acompanhada. Também não tenho os recursos técnicos dele e portanto a gravação não poderia sofrer edições. Gravação essa feita com o gravador do computador (com imensa qualidade como devem calcular).

 

Outra coisa importante que quero esclarecer é o facto de eu dizer "Austría". Eu sei perfeitamente que se diz Áustria, mas a mudança de sílaba tónica deu-me imenso jeito para efeitos de rima. Por falar em rima, vocês sabem lá o que é arranjar uma palavra que rime com croissants. Pensei em trocar para baguete, mas não era grande solução, tendo em conta que só me conseguia lembrar de croquete.

 

Last but not least, isto foi feito em meia hora (escrever a letra e gravar a voz) por alguém que se interessa bem mais pelo seu clube do que pela selecção. Se eu fiz isto em meia hora, o Abrunhosa conseguia bem melhor em 5 minutos e mesmo assim apresentou a pior música de apoio à selecção de sempre.