Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Isto É Peanurs

Vi CSI

Há uns bons 10 anos que não via um episódio de CSI do início ao fim. Acontece que ontem estava a passar canais e apanhei CSI a dar na SIC. A temporada 15. Ora, nenhuma série devia durar 15 anos, sobretudo policial. CSI dura, apesar de ninguém saber muito bem porquê. Desde a última vez que vi um episódio com atenção, mantiveram-se dois atores e entraram uns duzentos. Como se já não bastasse a série ter pouco interesse, as personagens são todas iguais. Uma série policial sem uma Temperance Brennan, um Dr. Reid ou afins ainda consegue ser mais desinteressante.

 

Não fosse isto suficiente, há uma coisa que se mantém: a série é mal escrita que dói. As personagens estão ali somente para dizer umas frases soltas sobre o que se passa na investigação. E são todos maus atores, é incrível.

 

Mas aquilo que se mantém e que eu sempre adorei é o quão rebuscadas são as soluções que eles arranjam para resolver os casos. 90% dos casos são resolvidos graças a um carro. Ou porque tem uma tinta super especial que só existe num carro do mundo ou porque o rasto é tão único que só pode ser de um carro adquirido num qualquer país estrangeiro num determinado dia em que o suspeito lá esteve. Juro que já vi episódios assim, não estou aqui a inventar que não tenho imaginação para tal.

 

No episódio que vi ontem tratava-se não de um assassinato mas sim de um rapto. Eu, que já vi muita série na vida, disse logo que os raptores e os raptados eram as mesmas pessoas e estava obviamente certa. Eles, para chegarem a esta conclusão, repararam num milímetro de tinta azul que havia num carro cinzento ao pé da casa de onde as pessoas foram raptadas. Notem que estes criminosos geralmente são sempre péssimos condutores e batem em tudo quanto é sítio. A partir dessa tinta, que mais ninguém no mundo seria capaz de ver, chegaram à conclusão que os raptores tinham usado uma carrinha. Encontrada a carrinha, examinaram-na de uma ponta à outra. O jeito que me dava um exame desses ao carro para lhe tirarem o lixo todo! Depois de muitos grãos de areia e mosquitos analisados, eis que o mistério fica resolvido porque um pássaro decidiu fazer as suas necessidades no carro. Um pássaro que só existia num local específico. O pássaro podia ter-se aliviado em qualquer carro, mas escolheu aquele. Se assim não fosse, queria ver como é que solucionavam o caso.

Pais...

Os meus pais possuem grande parte dos defeitos que mais me chateiam, mas ao pé dos meus amigos conseguem ser as pessoas mais normais do mundo. Desconfio que lhes passou ao lado uma carreira no teatro musical, já que, além de representarem maravilhosamente bem, ainda passam grande parte do dia a cantar. 

 

Além da representação, o meu pai podia ainda ter sido cantor, compositor, médico ou copywriter. O meu pai é aquilo a que a ciência chama – ou pelo menos devia chamar – um maníaco publicitário. O que é um maníaco publicitário? É uma pessoa que faz uma de três coisas: decora slogans publicitários; completa slogans publicitários; decora e canta músicas das publicidades. O meu pai consegue conjugar as três caraterísticas e portanto é triplamente maníaco publicitário. Os sintomas são fáceis de reconhecer. Tudo começa com uma música que nunca ninguém ouviu mas que o maníaco publicitário insiste ser de uma publicidade antiga. Da música passamos para um slogan de que já ninguém se lembrava e daqui até se melhorarem slogans é uma questão de tempo – geralmente pouco. Antes de a Media Markt completar o “Eu é que não sou parvo”, já o triplamente maníaco publicitário, que geralmente nomeio apenas de pai, o tinha feito com duas palavras: “nem eu”. Outro dos sintomas, já de doença mais avançada, é a resposta a outras pessoas com slogans. Dizer ironicamente a um maníaco publicitário “e agora novidades?!” não resulta, já que vamos obter a resposta “só no Continente”. O Continente já mudou de slogan sensivelmente duzentas e setenta e duas vezes mas o maníaco publicitário tem uma memória como se tomasse memofante.


Já a minha mãe tem duas doenças também bastante irritantes: pratica pré-sono no sofá e parte parvamente tudo o que necessite de ser partido. É raríssimo darem programas interessantes na televisão, mas é ainda mais raro a minha mãe ver programas interessantes na televisão. Das poucas vezes em que eu quero ver qualquer coisa, a minha mãe decide que quer ver uma novela qualquer e isto acaba sempre da mesma maneira: eu sou exilada para a cozinha, vejo o que quero ver ao frio, numa cadeira não muito confortável e numa televisão não muito grande enquanto o plasma está a ver a minha mãe a dormir deitada no sofá da sala com a lareira acesa.


É raro eu fazer bolos, mas é ainda mais raro eu fazer bolos completos (entenda-se completos como aqueles em que metade do bolo não fica colado no fundo da forma). Sempre que isto acontece (mais ou menos com a mesma frequência com que o cometa Halley visita a terra) costumo até embelezá-los com aqueles apetrechos dignos de pastelaria. Deixo o bolo durante escassos minutos e quando regresso falta-lhe um mini triângulo. Se o bolo é uma circunferência, deve ser cortado em raios com ângulos mais ou menos iguais, mas a senhora minha mãe acredita na ciência que diz que os bolos podem ser partidos da maneira que o ser humano deseja. Depois admiram-se de o Correio da Manhã ter sempre tantas notícias de filhos que matam os pais.


Mas o que mais me chateia nos meus pais é a capacidade que eles têm de não me responderem de cada vez que eu falo. Eu gosto de falar e às vezes apreciava ter uma boa conversa sobre um tema interessante: o Benfica. Ora, falar com o meu pai sobre o Benfica é ainda pior do que falar com os meus amigos. O meu pai conhece o Luisão e é porque está no Benfica desde a idade da pedra. Falar sobre futebol com a minha mãe é ainda mais chato na medida em que ela gosta de ver a bola, mas não o admite para que, cada vez que eu estou a ver a bola, poder ter alguma desculpa para gritar como se o mundo fosse acabar. Quando percebe que reclamar não a vai levar a lado nenhum começa a fazer comentários parvos. “Ai se eu estivesse ali e ele me passasse uma rasteira eu levanta-me e dava-lhes uns pontapés”, ignorando o facto de que eu posso querer ouvir os comentadores da televisão.


Em comum os meus pais têm ainda a falta de paciência. Uma coisa banal como levar o computador para a cozinha à hora de jantar para ver o jogo via internet é algo que deixa os meus pais a reclamar como se o mundo fosse acabar. Tendo em conta que a mesa dá para quatro pessoas e nós somos apenas três é difícil perceber qual é o problema de ter lá um computador. Não deixa de ser um convidado que transmite informação bem mais relevante que qualquer noticiário que se possa estar a ver àquela hora.

E se fosse a Joana Vasconcelos?

 
Joana Vasconcelos

O que levava?#esefosseeu

Publicado por RTP em Quinta-feira, 7 de Abril de 2016

 

 

O vídeo da campanha "E se fosse eu?" com a Joana Vasconcelos tem dado muito que falar. São insultos atrás de insultos que eu não consigo perceber. Ao contrário das pessoas pouco originais ela levava os seguintes itens:

 

  • Caderno para poder fazer os desenhos;
  • iPad para estar informada e tirar fotografias;
  • Phones para ouvir música;
  • Lápis;
  • Óculos de sol;
  • Jóias;
  • Lãs e agulha;
  • iPhone.

 

Honestamente, a única coisa que está mal aqui é a utilidade que ela daria às coisas. Levar um caderno e lápis para desenhar é só parvo. A levar essas duas coisas seria para escrever tudo o que se passava e depois publicar em livro e enriquecer à custa do mesmo. O iPad seria estritamente necessário, claro. Só não me parece que fosse para estar informada. O que é que me interessavam as informações quando estivesse de madrugada algures na fronteira entre a Grécia e a Macedónia? Punha era um filme a dar para entreter o pessoal que tem insónias e dificuldades em dormir no chão e com frio. Levava os óculos de sol porque com a saúde ocular não se brinca e aproveitava para fazer uma paragem em Mykonos para ficar mais bronzeada. As lãs serviam para fazer camisolas e cachecóis, mais uma excelente ideia. As jóias serviam para vender já que não levava dinheiro. O iPhone é talvez a ideia mais interessante já que a bateria do mesmo dura menos que um dia e ela ainda levava phones para ouvir música (sim que as viagens de barco são uma chatisse sem música ou um livro para ler) e não menciona um carregador. No fundo, a Joana Vasconcelos é que está bem e nós, os não-artistas, é que estamos todos mal!

Questões que assolam a humanidade #12

 

 

Porque é que nos filmes ninguém lava os dentes como uma pessoa normal?

 

Ok, talvez falar de normalidade não seja propriamente a minha maior especialidade, mas convenhamos que os actores nos filmes e séries têm de interpretar até na forma como lavam os dentes. É isso ou sou eu que estou errada há mais de 20 anos! Conseguem lembrar-se de alguma cena em que uma personagem usasse água para tirar a pasta de dentes da boca? Não, pois não? Em Hollywood o processo de escovar os dentes é bastante mais simples do que no resto do mundo: escova-se um bocadinho, deita-se fora a pasta de dentes e está feito. O comum dos mortais precisa de bochechar mil vezes para a pasta de dentes sair toda e ainda é capaz de ficar com resquícios na cara de tanta “espuma” que aquilo faz. Em Hollywood também não há a dita “espuma”. É incrível!

1 de abril

Nunca achei piada a esta história do dia das mentiras. Sobretudo porque se tem tornado quase "obrigatório" haver mil e uma notícias falsas. Mas aquilo que me chateia é a falta de originalidade das pessoas. Contem-me lá quantos amigos vossos do facebook é que se vão casar e quantas amigas é que estão grávidas... Perderam a conta não foi? Percebo perfeitamente. Querem mentir, façam-no em bom. Mas em jeito de celebração deste dia, deixo-vos 10 factos. Nove deles são verdade (só para ser do contra e para provar que sou estranha) e um é mentira. Deixo ao vosso critério descobrirem qual...

 

1. Vejo mais de 20 séries actualmente mas raramente vejo filmes.

 

2. Nunca fiz dieta na vida.

 

3. Só ligo a alguém ou atendo um telefonema se for mesmo necessário.

 

4. Prefiro o inverno ao verão.

 

5. Sei contar até 100 em grego.

 

6. Não gosto de café.

 

7. Adoro música mas não suporto musicais.

 

8. Fui ao ginásio uma vez para uma aula grátis e depois disso nunca mais lá meti os pés.

 

9. O meu pai odeia futebol enquanto eu sou completamente viciada.

 

10. O meu nome é escrito sem acento porque o homem que o escreveu na cédula de nascimento se esqueceu.