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Isto É Peanurs

A matemática da língua portuguesa

Tenho acompanhado, com alguma curiosidade, as notícias que dão conta que há muitos professores a darem cinco ou mais erros ortográficos nas provas de avaliação. Há muito que digo à minha mãe que tive alguns professores mais burros que eu e parece que agora ela acredita em mim. 

Mas eu entendo o lado dos professores. O português é das línguas mais complicadas que por aí anda. Antigamente as pessoasfalavam latim. Latim em todo o lado (ou pelo menos em muitos sítios). Hoje emdia temos português, castelhano, francês, italiano e outras tantas. De tantaslínguas que evoluíram do latim calhou-nos a mais difícil. À medida que ainteligência artificial evoluía, a inteligência humana decaía. Não vejo outraexplicação para evoluirmos de um tempo em que falávamos todos a mesma línguapara uma modernidade em que ninguém se entende a menos que, lá está, falemostodos a mesma língua. 

Podíamos ser como os ingleses. Conjugar verbos naprimeira pessoa do singular ou na terceira do plural é igual, mas aqui não. Alíngua portuguesa tem mais apetrechos que o Quaresma de cada vez que vai aChelas. Mais: há coisas que chegam a não fazer sentido. Vejamos uma conversatípica:

Indíviduo 1: Então o que é que vais fazer hoje?
Indivíduo 2: Olha não vou fazer nada!
Indivíduo 1: Quem me dera não fazer nada também mas tenho de ir aooceanário apadrinhar um macaco.
Indivíduo 2: Mas isso não faz sentido nenhum.


Curiosamente, neste diálogo, oque faz mais sentido é o facto de haver um macaco no oceanário. “Não vou fazernada” e “isso não faz sentido nenhum” é o género de frase que o comum serhumano costuma proferir sem se aperceber da barbaridade que diz. 

Nas aulas dematemática que tive sempre me ensinaram que menos com menos é mais. Nestas duasfrases temos presentes duas negações: “não” com “nada” e “não” com “nenhum”.Partindo do princípio que estas negações correspondem ao sinal “menos” numaequação matemática, ao dizer uma destas frases, o indivíduo está a negar-se aele mesmo. Ora de cada vez que digo qualquer coisa é porque tenho a certeza daquilo que estou a dizer (às vezes nem tanto mas passo sempre essa imagem) e odiaria contrariar-me a mim mesma (já me chegam as outras pessoas para isso), mas cada um sabe de si.

Testei esta teoria durante uns tempos com alguns amigos. Disseram que eu estava maluca. Tenho para mim que o cérebro deles não está desenvolvido o suficiente para acompanhar as minhas teorias de génio. 

Castings dos programas ditos de talentos

Há uns dias surgiu na internet uma revolta imensa devido ao casting do Mastechef Portugal, inclusive foram publicadas notícias sobre o assunto. Não posso de todo opinar sobre esta situação em específico porque não fui fazer o casting (até porque não sei cozinhar). De qualquer das formas não percebi o espanto das pessoas com isto.

Eu, que passei nada mais nada menos do que 14 horas na fila da primeira edição do Factor X, parto do princípio que já conheço estes esquemas todos. Como adorei a minha experiência, passo a contá-la. Mandaram-nos estar lá às 7 da manhã. Ponto 1: cantar de manhã é muito mais complicado do que da parte da tarde. Ponto 2: eles já sabiam que não iam começar às 7 da manhã e que nós só íamos para lá tão cedo cansarmo-nos. É verdade que as pessoas que nos avaliam não sabem nada de música, mas a verdade é que a voz também se cansa. 

Passadas duas belas horas de desespero (já com milhares e milhares na fila) chegam as pessoas que fazem parte da produção do concurso. Pensámos que era agora que os castings iam começar. Nada disso. Primeiro vamos só gravar mil e uma vezes os concorrentes  e acompanhantes a dizer "factor x" e a fazerem um "x" com os braços. Obviamente eu desisti de fazer o que me mandavam depois da primeira vez. Passado isto começámos a andar (UAU). Mas íamos parando para que pudessem gravar o pessoal com as guitarras a cantarem. Pediam-lhes para cantarem, porque já ninguém estava com paciência. Na televisão pareciam todos muito felizes.

Os castings, segundo o que ouvi dizer, começaram depois do meio-dia (sim, cinco horas depois daquela a que nos mandaram estar lá). Estava um calor horrível. Algures durante a tarde chamaram-nos para fazer um "x" gigante (aquele que apareceu no início do programa). Disseram-nos que nos iam levar para dentro do Teatro Camões para nos convencerem a ir. Estivemos lá uma boa meia hora. 

Fui até ao Vasco da Gama, voltei e ainda estava longe do meu número. Eram 9 da noite quando me chamaram para a fila. Estavam imensas pessoas ainda lá dentro para fazerem o maldito casting. A esta hora já eu me estava a arrepender de ter ido, mas pensei para mim "vá Jessica, já te chamaram, agora aguentas mais um bocado". Veio um senhor da produção falar connosco para nos dizer que tínhamos duas opções: ou esperávamos e fazíamos o casting provavelmente às 2 ou 3 da manhã, ou íamos embora e voltávamos no dia seguinte. Fiquei pior que estragada. Eu e as pessoas que estavam ao pé de mim não fazíamos mais nada a não ser reclamar. 

Regressei no dia seguinte (estive mesmo para não o fazer). Tinham-me pedido para levar três instrumentais de músicas gravadas num cd. Quando entrei para a sala de casting (onde todos se ouviam uns aos outros) a mulher da produção que lá estava pediu-me para cantar. Perguntei-lhe se queria acapela e ela disse-me que sim. Podia ter preparado qualquer música, mas tive de me focar naquelas que tinham instrumental.

Fiz a porcaria do casting (onde obviamente não passei) e quando saí era a pessoa mais feliz do mundo. O terror das mil e uma horas à espera estava acabado. Nem conseguia acreditar. Das pessoas que foram comigo (e ainda eram umas 20), não passou nenhuma. Talvez porque não temos talento, talvez porque as pessoas da produção sabem tanto de música como o Jorge Jesus, talvez porque já estavam fartos de ouvir pessoas a cantar. Sei que foi a única coisa com que a SIC se preocupa são imagens bonitas de pessoas felizes para passar ao público. 

Foi o pior dia da minha vida (juro que foi) e é por isso que prometi a mim mesma NUNCA mais me inscrever em nada vindo da SIC. 

Vamos manter o campeonato "competitivo"

Toda a gente já reparou no quão mau é o nosso campeonato, certo? Imaginem então se, no início da segunda volta, o primeiro classificado já estivesse a nove pontos do segundo? Perdia a pouca piada que já tem, não era?

Acredito que tenha sido por isto que o Benfica perdeu. Sempre que o Benfica perde - que graças a Jesus não são muitas vezes - há uma razão. Às vezes essa razão é desconhecida do público em geral. Às vezes nem os jogadores e o treinador sabem porque é que perderam. Hoje parece-me bastante óbvio: nós perdemos para manter o campeonato português "competitivo".

O Benfica quer de tal forma tornar o nosso campeonato mais interessante que se livrou dos melhores jogadores e agora tem uma defesa que conta com o Eliseu e o Jardel. Mesmo assim somos a melhor defesa do campeonato. O Porto está assim tão mal? Com tantos restos espanhóis que contrataram estão a seis pontos da equipa que já se deu ao luxo de ter o César a titular?

Se tivéssemos ganho e tivéssemos a equipa que tínhamos no ano passado, eu era pessoa para estar neste exacto momento a beber champanhe. 

Aniversários

Nunca achei grande piada ao meu aniversário. Odiava aqueles segundos em que, à minha volta, todos me cantavam os parabéns e eu ficava sem saber o que fazer. Hoje em dia, cada vez percebo menos porque é que se festejam os anos. "YEY estou um ano mais velha bora lá festejar o facto de continuar com a minha vida nada resolvida, sem emprego, sem dinheiro, sem paciência para as pessoas".

Para mim o aniversário é aquela altura em que somos o centro das atenções. Acho que isso explica muito o porquê de eu não gostar da altura. Nunca gostei de ser o centro das atenções e ainda menos de receber mil e uma mensagens. 

Anyway, aniversário é aquele dia em que se juntam meia dúzia de amigos que não vemos tão regularmente quanto desejávamos e vamos à Nutelleria (onde cheira divinamente bem) e acabamos quase a dormir no cinema city onde somos todos estudantes! Pelo menos para mim é isto.

Taça da Liga ou a-competição-mais-desinteressante-de-sempre

A Taça da Liga é chata. Não sei qual era o objectivo quando criaram esta competição mas desconfio que não foi atingido. É chato numa conversa entre amigos eu ter de defender a competição e envergonhar-me posteriormente:

Amigo: hoje o Benfica joga para quê?
Eu: epa para aquela competição que ganhámos cinco vezes em sete anos.
Amigo: ah a taça da liga? Parabéns por isso (esta parte já com um sorriso falso).

Além de ser chata, ainda marcam tudo quanto é jogo para a mesma hora. Por exemplo ontem estava a ver o Benfica e, ao mesmo tempo, acontecia um espectáculo de comédia no Norte. Não gosto de perder as pouquíssimas coisas interessantes que dão na televisão, mas ontem teve de ser. 

Mais, além de estar o Benfica e o Porto a jogar ao mesmo tempo, ainda havia um Barcelona vs. Atlético de Madrid do qual só vi os 20 minutos finais em que o Oblak conseguiu defender um penalti do Messi e sofrer um golo dois segundos depois.

Pedia à FPF que repensasse não só a competição como também os horários dos jogos. É que a bola nunca é demais, mas é preferível concentrarmo-nos em bola que interessa em vez de nos centrarmos na "competição que geralmente salva a época do Benfica". (sou fortíssima a atacar o meu clube)

Jornalismo futurista vs. jornalismo de redes sociais




Que o jornalismo está cada vez pior já não é novidade, mas o que verdadeiramente me intriga nos últimos tempos é o surgimento de alguns tipos de jornalismo sobre os quais não aprendi nada na faculdade. Talvez seja devido à minha falta de conhecimento sobre tal que não consigo arranjar um emprego. Vendo bem as coisas, também não apreciaria ter um emprego em que teria de produzir artigos que remetem ao passado com um verbo no futuro.

Examinemos então a "notícia" do lado esquerdo da imagem. A crónica do Ricardo Araújo Pereira da Visão da semana passada  mostra-nos (e bem) o valor do terá. O verbo "ter" está conjugado no futuro, no entanto a notícia aponta-nos para o presente/passado, "o que significa que talvez venha a confirmar-se no futuro que sucederam certas coisas no passado". O "terá" apresenta-nos toda uma nova forma de fazer jornalismo na medida em que eu posso fazer uma notícia de primeira página que diz "Bruno de Carvalho terá ameaçado Marco Silva para ele começar a ganhar jogos" e ninguém me pode processar por isso. Estou a inventar, mas no futuro pode até confirmar-se que esta minha invenção está certa. Mas ainda mais preocupante que o "terá" (que para mim é dos termos jornalísticos mais geniais alguma vez criados) são as outras duas palavras do artigo. Ponto 1: quem é o Tierry?! Foi preciso ir aos comentários para perceber que é um desses da casa dos segredos. Não sei desde quando é que os participantes da casa dos segredos são assunto de importância nacional, mas talvez seja eu que sou conservadora. Ponto 2: é uma notícia assim tão escandalosa um participante da casa dos segredos ter gonorreia? E o que é isso me interessa? Seria mais relevante para a sociedade se me avisassem que ele está engripado na medida em que assim, caso passasse por ele (e o reconhecesse) podia desviar-me e evitar ficar contagiada. 

Passemos à segunda "notícia" do lado direito. Conheço imensas pessoas que defendem que o Record é melhor que A Bola. Claro que é. Copia notícias da Lusa sem emendar erros e presenteia-nos com este tipo de artigo. Ponto 1: ninguém quer saber do Benito. Eu até gosto dele e é por isso mesmo que o sigo no twitter. Não preciso que os ditos jornalistas me avisem sempre que um jogador do meu clube faz um novo post. Ponto 2: honestamente, quem é que quer saber se ele está "impressionado" com tanto acidente? Ontem ele também publicou uma foto no instagram, onde é que está o artigo sobre isso? Sinto que tenho de mudar a segurança da minha conta do twitter antes que o Record faça uma notícia com o twett meu - que diga-se de passsagem, interessaria mais do que a gonorreia do Tierry.

Depois destas beldades, fui obrigada a ver o telejornal da TVI. Sim, que aqui em casa é o meu pai que manda na televisão a menos que eu queira ver futebol. A TVI volta a presentear-me com o "terá", no caso específico na forma de "poderá ter". Ronaldo poderá ter uma nova namorada. O Gerrard vai sair do Liverpool, mas sobre isso nem uma notícia. Mas o Ronaldo tirou uma foto com uma jornalista da Real Madrid TV portanto poderá ter uma nova namorada. É pena ele não ter tirado uma foto comigo. Continuava pobre e desempregada, mas pelo menos famosa já era.

Se estiverem a precisar de alguém que produza conteúdo jornalístico, eu ando à procura de emprego e gostava efectivamente que fosse no mundo jornalismo desportivo. Além de saber escrever (que já é um factor diferenciador), também sigo os grandes astros do futebol mundial no twitter, facebook e instagram. Contactem-me.

Programas de domingo à tarde

Muito se fala sobre os programas de domingo à tarde, sobretudo aos domingos à tarde. Ninguém se choca se eu disser que a televisão não dá absolutamente nada de jeito (com excepção de um jogo de futebol de século a século) mas os domingos são especialmente perturbantes. 

Aquilo que me chateia nem é a "qualidade" das músicas apresentadas. Eu vejo o Festival da Canção e a Eurovisão há bastantes anos portanto estou habituada a músicas péssimas. Aquilo que realmente me chateia é o facto de aqueles "cantores" poderem gravar cd's. Não sei se pagaram para os gravar (calculo que sim) mas - geralmente - se pagamos a um polícia para que "esqueça" que matámos alguém, somos acusados de homicídio e ainda de corrupção. Esta gente que grava estes cd's não é acusada de nada apesar de cometer um crime que considero estar ao mesmo nível do homicídio. Gravam o cd, destroem tímpanos, mas estão na televisão a fazer aquilo de que gostam (ou pelo menos assim calculo). 

Com tantas excelentes vozes que temos neste país... É de revoltar!

E se o Papa se tivesse enganado?


Hoje estava a folhear o Região de Leiria (jornal de que o meu pai é assinante há milénios mesmo que leia só uma página por semana) e lá estava a notícia de que o Papa ligou para uma paciente argentina que está internada no Hospital de Leiria. 

Primeiro que tudo é preciso reconhecer a inteligência da senhora que imigrou para Portugal mas escolheu a única cidade com Nutelleria para viver. Mas mais importante do que isso é fazer uma análise profunda a um problema que assola a minha casa. O telefone cá de casa toca constantemente (muitas das vezes acorda-me) e a minha mãe raramente o atende. Ainda me lembro dos tempos em que o telefone cá de casa era daqueles que não mostravam os números que estavam a ligar. Desde que mudámos de telefone que tem sido um pesadelo. Primeiro tínhamos um telefone que fazia um barulho mais irritante do que o Nuno Guerreiro a cantar e que se ouvia na freguesia vizinha. Agora temos um telefone mais moderado mas que mesmo assim chateia. 

Vivendo no distrito de Santarém, o indicativo do telefone cá de casa é o mesmo de Leiria (faz imenso sentido, eu sei) e portanto o Papa pode muito bem ter-se enganado e ter ligado cá para casa. Tenho uma enorme quantidade de chamadas não atendidas de números desconhecidos. Se a minha mãe atendesse o telefone se calhar tinha falado com o Papa. Como ela nunca atende o telefone, nunca vai saber.

Já lhe falei nesta teoria. Ela diz que eu sou maluca. Mas ela diz sempre isto.

José Sócrates, quer ser meu amigo?

Acredito que, neste momento doloroso, José Sócrates tenha poucos amigos, tirando o pessoal do PS que o vai visitar por obrigação. Eu, que nunca estive na prisão, também não tenho lá muitos amigos, ou pelo menos não tenho amigos que partilhem comigo tantos interesses como José Sócrates. 

Primeiro que tudo Sócrates é uma pessoa muito querida. Eu fiz 18 anos em janeiro e em abril/maio fui votar pela primeira vez depois de ele se demitir, mas só tinha recebido a carta com o cartão (papel) de eleitor um mês antes - porque Portugal é eficiente e rápido até nestes assuntos. Se o meu futuro amigo se tivesse demitido antes, eu teria de esperar ainda mais tempo para exercer o meu direito de voto. 

Há três características fundamentais que aprecio numa pessoa: ser do Benfica, inteligência e a capacidade de rir e fazer rir. Nenhum dos meus amigos possui estas três característas - muitos deles não possuem nenhuma. José Sócrates possui estas três características e ainda é um mestre do ilusionismo - e eu adoro ilusionismo - que deixa o Luís de Matos a chorar a um canto. 

O ex-primeiro-ministro conseguiu iludir todo o Portugal a votar nele, a deixá-lo roubar e vão ver que vai iludir os juízes e não tarda nada sai em liberdade. Para isto é preciso uma inteligência acima do normal. José Sócrates não acabou o curso de engenheiro porque já estava a congeminar todos os planos do mal para quando estivesse no poder - isso e porque não precisava do inglês para nada porque também já devia ter planeado gastar 25 milhões de euros a tirar um curso de filosofia em França.

Depois há o sentido de humor. Não só o preso número 44 sabe rir-se de si próprio - e inclusive enquanto fala está constantemente com um sorriso irritante  na cara - como tem a capacidade de fazer rir um país inteiro. É o segundo melhor humorista do nosso país, logo a seguir ao Jorge Jesus. 

Há uns tempos vi na capa de uma dessas revistas cor-de-rosa que o sujeito em questão não se importava que lhe levassem a casa, o carro, as jóias e tudo o que ele tem desde que lhe deixassem as acções no Benfica. No fundo, José Sócrates nada mais é que uma versão melhorada da Ágata, até porque, se tirarem o filho ao político, algo me diz que não lhe iria causar tanta tristeza como a perda de acções do Benfica. Se virmos bem as coisas, o homem sabe estabelecer prioridades e nunca me iria marcar um jantar de amigos para um dia em que desse a bola - que é uma coisa que os meus amigos fazemconstantemente.

Dito isto, caro José Sócrates, se tiver acesso à internet a partir do estabelecimento prisional de Évora, contacte-me e talvez me possa dar umas dicas de "como iludir pessoas de que sou extremamente competente de modo a conseguir um emprego em que me paguem bem".

Somos todos comentadores desportivos

Há duas alturas do ano que aprecio bastante: o Natal e a eleição de melhor jogador do ano. O Natal já não é o que era. Já não recebo a quantidade de prendas que recebia antigamente e também não tenho dinheiro para oferecer tantas quantas queria. Em compensação, a eleição de melhor jogador do mundo tem vindo a melhorar com os anos. 

Esta é aquela altura do ano pela qual qualquer pessoa que gosta de futebol anseia. A maioria das pessoas quer saber quem foi eleito o melhor treinador e jogador e essas coisas todas que fazem a gala demorar tanto como um jogo de futebol. Eu, que na maioria das vezes consigo prever quem é que vai ganhar tudo, só quero ver os comentários à gala e os fatos do Messi. 

Pessoas que não diferenciam um canto de um pontapé de baliza, tornam-se no Carlos Daniel e tentam fazer de mim o Nuno Luz se eu digo que o Ronaldo não merecia o prémio. Mas digo. Para mim ficava em segundo. Ganhava o Neuer. É impossível comparar-se um jogador de campo com um guarda-redes. Neuer nunca há-de bater os recordes de golos de Messi e Ronaldo e, no entanto, não deixou de ser decisivo para a conquista do campeonato do Mundo pela Alemanha ou da Bundesliga pelo Bayern. Mas quem é que valoriza alguém que evita golos, quando tem ao lado alguém que os marca?

O que me atormenta verdadeiramente nem é o facto de o Ronaldo ter ganho (até porque já toda a gente sabia que era isso que ia acontecer) mas sim o Messi ter acabado em segundo. Se fosse eu, nem nos três primeiros ficava, mas o sistema em que argentinos votam em argentinos e os dois primeiros classificados votam nos últimos é claramente mais eficaz do que o meu cérebro. Se o Neuer fosse capitão da Alemanha, será que tinha votado no Messi e no Ronaldo? Fica a pergunta inútil.

P.S. Eu adoro o David Luíz, a sério que adoro, mas o que é que ele está a fazer na equipa do ano? 

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